Centro de Documentação da PJ
Monografia

CD342
FERREIRA, Ana Luzia Pinheiro
Estimativa de estatura usando a dentição na população portuguesa [Recurso eletrónico] : análise comparativa entre os métodos anatómico, matemático e dentário / Ana Luzia Pinheiro Ferreira.- Coimbra : [s.n.], 2023.- 1 CD-ROM ; 12 cm
Dissertação no âmbito do Mestrado de Antropologia Forense, orientada por Rosa Sofia da Conceição Neto Wasterlain e apresentada ao Departamento de Ciências da Vida da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra. Ficheiro de 1,71 MB em formato PDF (43 p.).


ANTROPOLOGIA FORENSE, ODONTOLOGIA FORENSE, IDENTIFICAÇÃO BIOLÓGICA, TESE

A antropologia forense é caracterizada por ser a aplicação de conhecimentos e metodologias antropológicas e arqueológicas em situações e questões médico-legais. Situações tais como homicídios, suicídios, acidentes de viação, desastres naturais, crimes de guerra, etc., necessitam de identificação da(s) vítima(s). Esta identificação é possível a partir da aplicação de conhecimentos antropológicos e obtenção de dados antropométricos, Recuperação e identificação de fragmentos ósseos, diferenciação entre restos mortais humanos e não humanos e reconhecimento de partes do corpo, corresponde ao trabalho executado por antropólogos forenses, a fim de se “construir” um perfil biológico. Este perfil é constituído por quatro parâmetros, sexo, idade, afinidade populacional e estatura. Em contextos práticos, tais como desastres naturais ou conflitos armados, a estimativa de estatura engloba um intervalo de valores onde vários indivíduos podem ou não ser incluídos, desempenhando assim, o papel de fator de exclusão entre uma lista de indivíduos. Métodos tais como o de Mendonça podem-se denominar de métodos matemáticos, em que consistem, de um modo geral, na medição de ossos longos e posteriormente essa medição ser aplicada numa equação de regressão. Contudo, este tipo de metodologia é influenciado pelos restantes parâmetros do perfil biológico. O método anatómico, ou de Fully, apesar de ser moroso e requerer uma boa conservação do esqueleto, apresenta uma estimativa de estatura mais próxima da real, visto que consiste na medição da estatura do esqueleto. O método de Cavalcanti, ou método modificado de Carrea, baseia-se na medição de elementos dentários (incisivo central, incisivo lateral e canino), posteriormente aplicados numa fórmula. Métodos de identificação post-mortem que envolvam os tecidos dentários, têm vindo a ser cada vez mais alvos de estudo, devido à sua grande resistência face à decomposição e à ação do fogo. Surge assim o objetivo deste trabalho. Averiguar se o método de Fully, Mendonça e Cavalcanti, apresentam concordância entre si numa amostra populacional portuguesa e posteriormente analisar a aplicabilidade da fórmula proposta por Cavalcanti à população portuguesa. Para este estudo foram analisados 57 indivíduos, 48 da Coleção de Esqueletos Identificados da Universidade de Coimbra (CEIUC) e 9 da Colecção de Esqueletos Identificados Século XXI (CEI/XXI). Para o método de Fully, realizou-se a medição da altura do esqueleto, isto é, o somatório da altura do crânio, alturas dos corpos das vértebras, comprimento fisiológico do fémur, comprimento da tíbia e da altura da articulação do talus com o calcâneo. Para o método de Mendonça, foram medidos o comprimento máximo do úmero direito, comprimento máximo e fisiológico do fémur direito. Para o método de Cavalcanti, foram realizadas medições em dentes (incisivo central, incisivo lateral e canino) usando um compasso de ponta seca e uma régua milimetrada a fim de se obter o arco e a corda. A estatura média obtida pelo método de Cavalcanti demonstrou ser significativamente diferente da obtida a partir dos métodos de Fully e de Mendonça. Estes últimos demonstraram ter concordância entre si na amostra do sexo masculino. Conclui-se que o método dentário/Cavalcanti não demonstrou ter aplicabilidade na população portuguesa. Averiguar se o método de Fully, Mendonça e Cavalcanti, apresentam concordância entre si numa amostra populacional portuguesa e posteriormente analisar a aplicabilidade da fórmula proposta por Cavalcanti à população portuguesa. Para este estudo foram analisados 57 indivíduos, 48 da Coleção de Esqueletos Identificados da Universidade de Coimbra (CEIUC) e 9 da Colecção de Esqueletos Identificados Século XXI (CEI/XXI). Para o método de Fully, realizou-se a medição da altura do esqueleto, isto é, o somatório da altura do crânio, alturas dos corpos das vértebras, comprimento fisiológico do fémur, comprimento da tíbia e da altura da articulação do talus com o calcâneo. Para o método de Mendonça, foram medidos o comprimento máximo do úmero direito, comprimento máximo e fisiológico do fémur direito. Para o método de Cavalcanti, foram realizadas medições em dentes (incisivo central, incisivo lateral e canino) usando um compasso de ponta seca e uma régua milimetrada a fim de se obter o arco e a corda.A estatura média obtida pelo método de Cavalcanti demonstrou ser significativamente diferente da obtida a partir dos métodos de Fully e de Mendonça. Estes últimos demonstraram ter concordância entre si na amostra do sexo masculino. Conclui-se que o método dentário/Cavalcanti não demonstrou ter aplicabilidade na população portuguesa.