Centro de Documentação da PJ
Analítico de Periódico

CD 348
AMORIM, Ademar Abolis da Silva, e outro
As políticas de combate às drogas e o encarceramento em massa de mulheres [Recurso eletrónico] : ensaios analíticos à luz de teorias antropológicas / Ademar Abolis da Silva Amorim, Simone Becker
Contemporânea - Contemporary Journal, Caruaru - PE, Vol. 3, n.º 10 (2023), p. 16863-16872
Ficheiro de 3.58 MB em formato PDF.


SISTEMA PRISIONAL, DISCRIMINAÇÃO RACIAL, COMBATE À DROGA, SISTEMA DE JUSTIÇA PENAL, BRASIL

As atuais políticas de drogas revelam falhas nos seus objetivos e finalidades gerais. O cenário é de um aumento massivo da população prisional relacionada com o tráfico de drogas, quando, no Brasil, pessoas negras e indígenas continuam a ser encarceradas em grande número. Assim, no Brasil, são revividas diariamente realidades totalmente repressivas ao analisar o género, a classe social e a raça dos detidos (BORGES, 2018), sobre determinados corpos em detrimento de outros (BUTLER, 2015; 2017). São os jovens negros que mais sofrem com a morte por arma de fogo ou com o encarceramento em massa, considerando também o etnocídio que sempre foi praticado aqui. Desde o anúncio público da "Guerra às Drogas" por Richard Nixon até à nova Lei de Drogas no Brasil, em 2006, há uma trajetória política que desprivilegia as questões sociais e de saúde pública e privilegia a repressão e a coerção. Dentre as várias consequências deste viés, este trabalho terá como foco o aumento do encarceramento de mulheres em relação ao tráfico de drogas, considerando a interseccionalidade entre classe, geração e raça, ou seja, é uma juventude negra mais afetada na sua reprodução. Genocídio estratégico, redundâncias à parte?!