Acórdão do Supremo Tribunal de Justiça | |||
| Processo: |
| ||
| Nº Convencional: | JSTJ00032169 | ||
| Relator: | FERNANDO FABIÃO | ||
| Descritores: | REIVINDICAÇÃO ÓNUS DA PROVA USUCAPIÃO APLICAÇÃO DA LEI NO TEMPO CONTRATO-PROMESSA DE COMPRA E VENDA DIREITO DE RETENÇÃO LEI INTERPRETATIVA | ||
| Nº do Documento: | SJ199705270009141 | ||
| Data do Acordão: | 05/27/1997 | ||
| Votação: | UNANIMIDADE | ||
| Tribunal Recurso: | T REL PORTO | ||
| Processo no Tribunal Recurso: | 984/94 | ||
| Data: | 04/27/1995 | ||
| Texto Integral: | N | ||
| Privacidade: | 1 | ||
| Meio Processual: | REVISTA. | ||
| Decisão: | CONCEDIDA A REVISTA. | ||
| Indicações Eventuais: | P LIMA E A VARELA IN CCIV ANOTADO VOLIII 2ED PAG115/116. H MESQUITA IN RLJ ANO125 PAG94/95. | ||
| Área Temática: | DIR CIV - DIR CONTRAT / DIR OBG / TEORIA GERAL / DIR REAIS. | ||
| Legislação Nacional: | |||
| Jurisprudência Nacional: | |||
| Sumário : | I - O reivindicante só tem de provar que é proprietário da coisa e que esta se encontra na posse e detenção do réu, o qual, por seu turno, tem de provar que é titular de um direito que legitima a recusa de restituição. II - O reivindicante tem de provar a usucapião quando invoca esta forma de aquisição originária da propriedade, não lhe bastando provar simplesmente a aquisição derivada da propriedade mas também - que o direito de propriedade já existia na pessoa do transmitente. III - A lei nova deve respeitar a situação jurídica gerada à sombra do anterior Código Civil (v.g. usucapião); mas já é competente para regular a constituição da situação jurídica cujo processo constitutivo não estava concluido no momento da sua entrada em vigor, salvo quanto à validade formal e quanto à capacidade; a lei nova, porém, só pode conferir eficácia constitutiva a factos ocorridos na vigência da lei antiga se esta já atribuia a esses factos idêntica relevância. IV - O promitente comprador, no caso de ter havido tradição da coisa objecto do contrato promessa goza do direito de retenção sobre essa coisa pelo crédito resultante do incumprimento imputável à outra parte. V - Há, porém, que notar que, se a mulher promitente vendedor não outorgou no contrato promessa e se se tratar de um prédio comum, a escritura pública também não era possível. VI - O artigo 830, ns. 1 e 2, do Código Civil, por ser lei interpretativa, aplica-se, sem interrupção, à generalidade dos contratos-promessa celebrados antes do início da vigência do DL 379/86, de 11 de Novembro, e após 1 de Julho de 1967. | ||