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![]() | ![]() HENRIQUES, Rui, e outros Poupança e crescimento económico em Portugal : cointegração e causalidade / Rui Henriques, Marta Simões, António Portugal Duarte Boletim de Ciências Económicas, Coimbra, v.57 t.2 (2014), p.1569-1598 Volume LVII, Tomo I, Tomo II, Tomo III em homenagem ao Prof. Doutor António José Avelãs Nunes / Organizadores Luís Pedro Cunha, José Manuel Quelhas e Teresa Almeida ECONOMIA, CRESCIMENTO ECONÓMICO, INTEGRAÇÃO ECONÓMICA, POUPANÇA A redução da taxa de poupança é um fenómeno que tem caracterizado a economia portuguesa desde a Sua adesão à UE, e em especial após a UEM. Contudo, apenas com a crise da dívida soberana passou a suscitar um interesse crescente entre economistas e decisores públicos no debate sobre as perspectivas da economia portuguesa, em grande medida devido à sua ligação com o aumento do défice público e do endividamento externo. Todavia, as preocupações com os efeitos macroeconómicos da redução da poupança devem ter também um horizonte temporal de médio-longo prazo, uma vez que aquela é, de acordo com a teoria do crescimento económico, o motor do investimento. Este trabalho procura precisamente analisar a relação de curto e longo prazo e direcção de causalidade entre a taxa de poupança e o crescimento económico em Portugal ao longo do período 1960-2010. Para tal estuda—se a existência de cointegração e causalidade à Granger entre estas duas variáveis. Os resultados sugerem que em Portugal a causalidade entre ambas as variáveis é unilateral e que ocorre da taxa de poupança para o produto. Dada a baixa e decrescente taxa de poupança da economia portuguesa nas últimas décadas, em simultâneo com o abrandamento (estagnação) registado em termos de crescimento do produto, este resultado aponta para a necessidade de políticas de estímulo à poupança como forma de Portugal promover a recuperação económica no pós-crise e a retoma do crescimento económico no médio prazo. O aumento da poupança nacional poderá garantir os fundos necessários para o investimento e, eventualmente, -o crescimento económico, substituindo a poupança externa, que na presença de acontecimentos como a atual crise da dívida soberana se tornou praticamente inacessível à economia portuguesa. Contudo, a mais longo prazo os resultados não parecem confirmar a importância atribuída à poupança pelos modelos de crescimento, o que pôde indiciar uma utilização pouco criteriosa da poupança no passado tendo sido absorvida por projectos pouco produtivos. |