Acórdãos STA

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo
Processo:0222/12
Data do Acordão:11/21/2012
Tribunal:2 SECÇÃO
Relator:FERNANDA MAÇÃS
Descritores:TAXA MUNICIPAL
TAXA DE PUBLICIDADE
ÂMBITO DO RECURSO JURISDICIONAL
COMPATIBILIDADE COM O DIREITO COMUNITÁRIO
REENVIO PREJUDICIAL
CONSTITUCIONALIDADE
Sumário:I – O reenvio prejudicial só se justifica quando a questão da interpretação de uma norma de direito comunitário se deva considerar pertinente, ou seja, quando o caso “sub judice” tenha de ser decidido de acordo com aquela regra, mostrando-se necessária para esse efeito, a opinião do TJUE.
II – Suscitada em processo que corra na jurisdição nacional questão de interpretação de normas da União Europeia, cumpre ao Tribunal nacional decidir da pertinência das questões levantadas e da necessidade de decisão prejudicial do TJUE, a provocar nos termos do processo de reenvio prejudicial.
III – O Tribunal de Justiça só se pronuncia sobre questões relevantes para a decisão do caso concreto, estando afastada qualquer apreciação abstracta de questões teóricas, hipotéticas ou impertinentes.
IV – Não é de considerar pertinente a questão suscitada em termos de justificar o reenvio prejudicial se a apreciação da legalidade das liquidações em causa não convoca sequer a aplicação das normas comunitárias por si apontadas (arts. 49º e 50º, nº 2, do TFUE), apenas pressupondo a interpretação e aplicação de normas de direito interno.
V – Caracterizando-se como verdadeiras taxas as quantias cobradas ao abrigos dos artigos 3º, 16º e 20º do Regulamento de Publicidade da Câmara Municipal de Lisboa pela emissão de licença de colocação, em prédios de propriedade privada, de letreiros e anúncios de natureza comercial, não podem tais normas ter-se por organicamente inconstitucionais.
Nº Convencional:JSTA00067936
Nº do Documento:SA2201211210222
Data de Entrada:02/27/2012
Recorrente:A.... SA
Recorrido 1:CM DE LISBOA
Votação:UNANIMIDADE
Meio Processual:REC JURISDICIONAL
Objecto:SENT TT1INST LISBOA
Decisão:NEGA PROVIMENTO
Área Temática 1:DIR PROC TRIBUT CONT - REC JURISIDICIONAL - TAXA.
Legislação Nacional:CPC96 ART684 N3 ART685-A N1.
CONST76 ART238 N4 ART254 ART241.
L 97/98 DE 1998/08/17 ART1 N2.
L 53-E/2006 DE 2006/12/29 ART3 ART15 N1.
LFL07 ART10 C.
LGT98 ART4 N1.
DL 92/2010 DE 2010/07/26 ART8.
DL 48/2011 DE 2011/04/01 ART31.
DL 330/90 DE 1990/01/23 ART3.
Legislação Comunitária:TFUE ART49 ART50 N2 C ART267 ART54 ART56 ART62.
DIR CONS CEE 2006/123/CEE ART15 N3 B C ART1 ART44 ART15 N2 ART14 ART2 N3.
Jurisprudência Nacional:AC STA PROC0284/11 DE 2011/11/30; AC STA PROC0636/11 DE 2011/11/16; AC STA PROC0193/11 DE 2011/11/02; AC STA PROC0752/10 DE 2011/01/12; AC STA PROC033/10 DE 2011/01/19; AC STA PROC0119/11 DE 2011/04/06; AC STA PROC093/11 DE 2011/01/25; AC STA PROC0306/11 DE 2011/10/12; AC TC PROC537/2002 DE 2004/02/17; AC TC PROC177/2010 DE 2010/05/15
Jurisprudência Internacional:AC TRIJ PROCC-337/95 DE 1997/11/04
AC TRIJ PROCC-99/00 DE 2002/06/04
AC TRIJ PROCC-495/03 DE 2005/09/15
AC TRIJ PROCC-76/90 DE 1991/07/25
AC TRIJ PROCC-43/93 DE 1994/08/09
Referência a Doutrina:EUGÉNIA RIBEIRO TRATADO DE LISBOA 2012 PAG963-965.
JÓNATAS MACHADO DIREITO DA UNIÃO EUROPEIA 2010 PAG 580 PAG577 PAG324.
ALEXANDRE MOTA PINTO ANOTAÇÃO AO TRATADO DE LISBOA PAG318-319.
PAULA PEREIRA PRINCIPIOS DO DIREITO FISCAL INTERNACIONAL 2010 PAG256.
CRUZ VILAÇA CJA N30 2001 PAG10-11.
Aditamento: