Centro de Documentação da PJ
Monografia

CD279
FERNANDES, Ana Teresa Pereira
Homicídios por armas de fogo no norte de Portugal [Documento electrónico] : estudo retrospetivo na primeira década do século XXI / Ana Teresa Pereira Fernandes.- Porto : [s.n.], 2012.- 1 CD-ROM ; 12 cm
Dissertação de Mestrado Integrado em Medicina, área de Medicina Legal, apresentada à Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, tendo como orientador Agostinho José Carvalho Santos. Ficheiro de 1,56 MB em formato PDF (37 p.). Resumo inserto na publicação.


HOMICÍDIO, ARMA DE FOGO E MUNIÇÕES, ESTATÍSTICAS CRIMINAIS, MEDICINA LEGAL, TESE, PORTUGAL

O presente estudo faz uma análise retrospetiva de todos os homicídios por armas de fogo ocorridos no norte de Portugal entre 2001 e 2010. Neste período foram realizadas 19401 autópsias médico-legais tendo-se registado 476 casos de homicídio (2,5% do total de autópsias). Destes, 189 foram cometidos com recurso a arma de fogo (39,7% do total de homicídios). A incidência anual média foi de 0,5/100 000 habitantes. A agressão ocorreu com maior frequência na via pública e as vítimas foram maioritariamente indivíduos do sexo masculino (n=138), entre os 20 e os 49 anos. Enquanto as vítimas do sexo feminino (n=51) foram agredidas pelo cônjuge ou ex-cônjuge, no contexto de violência familiar (23,5%) ou por motivos passionais (17,6%), as vítimas do sexo masculino foram agredidas por pessoas estranhas ou por pessoas não relacionadas familiarmente por motivo fútil, assalto, ajuste de contas ou inimizade prévia. Registaram-se 22 casos de homicídio-suicídio (11,6%). A maioria das vítimas foi agredida com um único disparo (66,1%), sendo o tórax a região anatómica mais atingida (28,6%). As armas de cano curto foram as armas mais utilizadas (65,6%). Não foi possível definir um trajeto caraterístico, uma vez que este variou consoante a localização dos ferimentos de entrada. Apenas 11% das vítimas apresentaram outras formas adicionais de violência. Os exames toxicológicos revelaram que 65 vítimas (34,4%) apresentaram uma taxa de alcoolemia positiva, sete (3,7%) pesquisa positiva para “drogas de abuso” e duas (1,1%) para substâncias medicamentosas