Centro de Documentação da PJ
Analítico de Periódico

CD 300
PERCEÇÃO DOS/AS JOVENS PORTUGUESES/AS SOBRE O ASSÉDIO SEXUAL
Perceção dos/as jovens portugueses/as sobre o assédio sexual [Documento electrónico] / Maria José Magalhães ..[et al.]
Psiquiatria, Psicologia & Justiça, [Maia], Nº 15 (Janeiro de 2019), p. 1-32
Resumo inserto no artigo. Versão em língua inglesa disponível na publicação: "Portuguese young people’s perception of sexual harassment" (p. 33-62).


ASSÉDIO SEXUAL, JOVEM, PORTUGAL

O assédio sexual é uma forma de violência de género que se caracteriza pela existência de comportamentos verbais, não verbais, ou físicos, de natureza sexual, não desejados, na tentativa de denegrir a imagem das vítimas (Council of Europe, 2011). O primeiro estudo, em Portugal, sobre o assédio sexual data dos anos noventa do séc. XX (Amâncio & Lima, 1994), no entanto, só mais recentemente é que este problema social ganhou relevância tanto na comunidade académica como na discussão pública. O contexto escolar tem vindo a ser objeto de pesquisa académica, por ser um dos contextos onde o assédio sexual ocorre. O Projeto “Bystanders – Developing bystanders’ responses to sexual harassment among young people”, é um projeto internacional desenvolvido simultaneamente em quatro países europeus – Portugal, Reino Unido, Malta e Eslovénia –, com o objetivo de criar e implementar um programa de prevenção primária, em contexto escolar, através dos “bystanders” (observadores/as). Para tal, procurou-se, numa primeira fase, compreender as perceções dos/as jovens sobre o assédio sexual, através de um método de investigação qualitativa, os grupos de discussão focalizada. Este trabalho veio demonstrar que as perceções dos/as jovens sobre o assédio sexual continuam a reproduzir discursos de culpabilização das vítimas, assim como a sexualização e objetificação do corpo da vítima. Neste artigo, serão descritos e analisados estes e outros resultados, explorando os comportamentos que os/as jovens consideram como assédio sexual, os locais onde acontecem mais frequentemente, bem como as visões sobre a vítima e o/a assediador/a.