Centro de Documentação da PJ
Monografia

CD299
MOURA, Luiz Alberto Brandão
Anticristos superstars [Documento electrónico] : o mito dos serial killers como anti-heróis numa sociedade de extremismos / Luiz Alberto Brandão Moura.- Braga : [s.n.], 2016.- 1 CD-ROM ; 12 cm
Tese de Mestrado apresentada ao Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho (Mestrado em Comunicação, Arte e Cultura), tendo como orientador Jean Martin Rabot. Ficheiro de 17,6 MB em formato PDF (150 p.).


HOMICÍDIO EM SÉRIE, PERFIL PSICOLÓGICO, COMPORTAMENTO DESVIANTE, PSICOLOGIA CRIMINAL, CRIME VIOLENTO, OPINIÃO PÚBLICA, MEIOS DE COMUNICAÇÃO DE MASSAS E O PÚBLICO, TESE, PORTUGAL

Esta tese de investigação incide sobre questões sobre violência, repressão, mitologia, media e da relação com serial killers. Aqui, pretende-se tornar claro que o fenómeno dos assassinos em série não pode ser fixado na fantasia e no grotesco, sendo ele parte do Mal que esta mesma sociedade insiste em suprimir. O trabalho traz para o palco do "real" a discussão sobre a cobertura e identificação dos serial killers frente ao público. O outro objeto de estudo é o público tomando como “microscópio” o assassino em série para desmistificar e mostrar o lado sombrio do ser humano no dia a dia. E quais os efeitos e comportamentos causados pelo fascínio “repugnante” pelos serial killers. Análise dos textos e adaptação de conceitos para o território que esta tese visa estudar. Para isso, além das leituras e das reflexões de obras bibliográficas, serão produzidos também pensamentos em cima das mesmas, trazendo as ideias levantadas e propostas para o campo dos serial killers. A investigação procurará contextualizar a pesquisa em sites de internet e de matérias do jornal brasileiro Folha de São Paulo, mas de forma qualitativa. Isto porque o fio condutor dessa tese será o caso de Francisco de Assis Pereira, o Maníaco do Parque, o maior Serial Killer brasileiro e que, após extensa análise, considero um caso perfeito para se enquadrar em todos os conceitos que esta dissertação procurará abordar. Procura-se traçar um paralelo dessa situação com a maldade em estado puro e bruto representada pelos assassinos seriais e essa busca pela violência extrema que acontece a partir do momento que a “mola” que prende o nosso Mal interno arrebenta. Refletir sobre um conceito de uma nova violência e sobre as questões mais subjetivas que permeiam esse caso, como a seriação, e traçar paralelos entre esse conceito e o fascínio pela violência ritualizada praticada pelos assassinos em série. Questionar-se-á os motivos que levam as pessoas a se envolverem emocionalmente com esse tipo diferente de crime, que à primeira vista não possui significado, o que é desmentido. Pensar se vemos a violência a um novo nível ao ponto de precisarmos de motivos grotescos para expurgá-la. A metodologia teve como base a pesquisa bibliográfica, análise, comparação e sistematização dessas obras; a análise de casos veiculados pela Folha de São Paulo (num âmbito qualitativo) em especial da história do Maníaco do Parque, e também de sites na internet, filmes, músicas e literatura. Foi feita a análise das reportagens do ponto de vista do conteúdo, do tratamento espetacularizado, ingénuo, irresponsável em certos casos, na cobertura de crimes praticados pelos assassinos em série. Entende-se que, por se tratar de um tema que já por si só é demais subjetivo, não se pretende dar nenhum cunho científico (no sentido de matemática de análises) para o que estamos propondo. A metodologia incluiu ainda conversas informais com David Schmid, um dos maiores "experts" em Serial Killers do mundo, professor da Universidade de Buffalo, NY.