Centro de Documentação da PJ
Monografia

CD323
GAMA, João Pedro Senra Pimenta da
Cibercriminalidade organizada [Documento electrónico] : os modelos de organização em rede e o cibercriminoso / João Pedro Senra Pimenta da Gama.- Porto : [s.n.], 2021.- 1 CD-ROM ; 12 cm
Dissertação de mestrado em criminologia, apresentada à Faculdade de Direito da Universidade do Porto, sob orientação de André Lamas Leite. Resumo inserto na publicação. Ficheiro de 481 KB em formato PDF (60 p.).


CRIME INFORMÁTICO, CRIME ORGANIZADO, PERFIL PSICOLÓGICO, ANÁLISE SOCIAL, TESE

A presente tese teve por objetivo propor um modelo explicativo da cibercriminalidade organizada baseado no conceito de organização em rede e apontar a tendência futura dos organismos cibercriminosos em assumirem um desenvolvimento descentralizado das suas células. Sugere a emergência de um perfil de cibercriminoso cujo referencial normativo é constituído pelos valores do empreendedorismo. No seio do ciberespaço ergue-se uma criminalidade organizada pautada pela autonomia técnica e organizativa dos ciberdelinquentes, tendencialmente desgarrados da organização piramidal e do modelo burocrático que marcaria décadas de crime organizado. A sedimentação de um perfil de cibercriminoso inovador, criativo e intelectualmente capaz inculca na centralidade crescente assumida pelos atores periféricos no desenvolvimento das células criminais, bem como na tendência para organizações descentralizadas de reduzida escala. Doravante, a tendência será a formação de pequenas agremiações criminosas compostas por delinquentes recrutados em função do guião criminal e das suas mais-valias técnicas – os facilitators. O núcleo duro tenderá a reduzir e o processo de descentralização e dispersão horizontal das relações tenderá a sedimentar-se e a substituir o padrão hierarquizado dos modelos burocratizados: emerge no seio das organizações aquilo a que chamamos de swarmização. Recorrendo à tipologia estabelecida por McGuire (2012) e alicerçados nas considerações sociológicas de Whyte (1951), Mayo (1933) e Pareto (1910), sugerimos um modelo explicativo e um padrão de crescimento dotado de utilidade analítica para futuros estudos empíricos.