Centro de Documentação da PJ
Monografia

CD336
FERREIRA, Sara Pereira Coutinho
Indicadores de trauma e credibilidade do testemunho em crianças vítimas de abuso sexual em contexto intrafamiliar [Recurso eletrónico] / Sara Pereira Coutinho Ferreira.- Caparica : [s.n.], 2021.- 1 CD-ROM ; 12 cm
Trabalho submetido ao Instituto Universitário Egas Moniz, para a obtenção do grau de mestre em Psicologia Forense e Criminal, tendo como orientadoras Cristina Soeiro e Susana Monteiro. Ficheiro de 1 MB em formato PDF (60 p.).


ANÁLISE PSICOLÓGICA, CRIME CONTRA CRIANÇAS, MAUS TRATOS CONTRA CRIANÇAS, PSICOLOGIA CRIMINAL, ESTUDO DE CASOS, TESE

O abuso sexual intrafamiliar de crianças é um fenómeno prevalente à escala mundial, considerado um grave problema social e de saúde pública, que tem um impacto negativo na vida da criança e no bem-estar da família. Os estudos nesta área focam-se nos fatores de risco e no impacto na vítima, evidenciando como fatores de risco crianças provenientes de famílias disfuncionais, onde existem comportamentos de risco ou violência e ainda famílias monoparentais; quanto ao impacto na vítima os estudos referem uma serie de reações emocionais e comportamentais, que podem ou não estar associadas a PTSD. O objetivo principal é estudar a relação entre o abuso sexual intrafamiliar e o trauma e a credibilidade nas crianças vítimas. Método: Estudo exploratório de natureza qualitativa com uma amostra que inclui 18 crianças entre os 2 e os 15 anos (M = 8,11, DP = 4). A recolha de dados efetuou-se através de análise processual de casos clínicos em que foram pedidas avaliações psicológicas forenses, pelos tribunais portugueses e a consulta dos processos realizou-se com base na informação obtida através da revisão sistemática de literatura sobre os indicadores de trauma em crianças vítimas de abuso sexual intrafamiliar. Resultados: Os resultados revelam uma prevalência em crianças do sexo feminino, com uma média de idades de 6,67 (DP=2,52) para rapazes e 8,47 (DP=4,27) para raparigas; a maior parte das famílias são monoparentais ou reconstituídas, em termos de agressor verifica-se a prevalência de padrasto ou pai; a sintomatologia mais frequente é a ansiedade, isolamento, medos, comportamento agressivo e problemas sociais, e em termos de sintomatologia e credibilidade identificam-se maior sintomatologia nos casos credíveis. Conclusão: Os resultados do estudo vão ao encontro dos estudos anteriores sobre o tema. De ressalvar a importância do estudo da relação entre a sintomatologia traumática e a credibilidade do testemunho para a Psicologia Forense, contudo para estudos futuros seria importante recolher uma amostra de maior dimensão para compreender melhor este fenómeno.