Centro de Documentação da PJ
Monografia

CD313
GOMES, Flavia Nieto
O contributo da autópsia psicológica na investigação de mortes suspeitas [Documento eletrónico] / Flavia Nieto Gomes.- Lisboa : [s.n.], 2017.- 1 CD-ROM ; 12 cm
Dissertação apresentada ao Instituto Superior de Ciências Policiais e Segurança Interna com vista à obtenção de Mestrado em Ciências Policiais, na especialização de Criminologia e Investigação Criminal, elaborada sob a orientação de Hermínio Joaquim de Matos. Resumo inserto na publicação. Ficheiro de 536 KB em formato PDF (79 p.).


AUTÓPSIA, ANÁLISE PSICOLÓGICA, PSICOLOGIA POLICIAL, PROVA, TESE, PORTUGAL

Em todo caso de morte, deve-se determinar a causa e o modo, sendo este um dever do médico legista e das autoridades responsáveis pela aplicação da lei em todas as investigações de morte violentas e suspeitas. Há momentos em que evidências físicas e evidências encontradas na autópsia não revelam o modo, que são os casos de morte suspeita, que envolvem determinar se foi um acidente, homicídio, suicídio ou causas naturais. Pela sua natureza suspeita, muitas vezes os investigadores não conseguem determinar seu modo e, portanto, o estudo psicológico do caso pode ser uma ferramenta investigativa pós-mortem que auxilia nas conclusões do caso. A autópsia psicológica é uma construção retrospectiva da vida do falecido iniciada para obter uma melhor compreensão de sua morte com o objetivo de determinar a intenção psicológica da vítima e seu estado mental no momento do ocorrido, através de entrevistas e análise de documentos e cena do crime para reconstruir o comportamento, personalidade, estilo de vida, hábitos e história da vítima antes da morte. No entanto, sua participação ainda é muito limitada, tanto pela falta de profissionais quanto pela falta de estudos empíricos, que permitem um embasamento da literatura para o estudo de cada caso. Destarte, é apropriado considerar a autópsia psicológica como uma técnica relativamente desestruturada, porém com um futuro promissor no contexto da investigação criminal. Com este estudo é possível concluir que uma autópsia psicológica, quando acompanhada por uma autópsia médica e uma investigação minuciosa, realizada com métodos válidos, pode ser a evidência que une o caso. No entanto, por ser uma ferramenta de investigação bastante nova, ainda não possui capacidade técnica para ser utilizada como prova no tribunal. Assim, será importante aprofundar este estudo, para que no futuro possa ser uma prova válida.