Centro de Documentação da PJ
Monografia

CD290
MOURA, Luiz Alberto
A seriação como novidade [Documento electrónico] : a originalidade vinda ; da repetição : os serial killers e os média / Luiz Alberto Moura.- Porto : Instituto de Sociologia, 2017.- 1 CD-ROM ; 12 cm. - (IS Working Papers ; 53, 3.ª série)
Resumo inserto na publicação. Ficheiro de 301 KB em formato PDF (19 p.).


HOMICÍDIO EM SÉRIE, PERFIL PSICOLÓGICO, COMPORTAMENTO DESVIANTE, PSICOLOGIA CRIMINAL, CRIME VIOLENTO, MEIOS DE COMUNICAÇÃO DE MASSAS

O presente artigo vai tratar de questões referentes à serialidade e repetição que são características inerentes ao assassinatos em série e que se fazem presentes na espetacularização de notícias de crimes dito espantosos, tomando como fio condutor a figura e o modus operandi dos Serial Killers. Como numa série de ficção, as notícias são consumidas diariamente como se fossem vindas de um verdadeiro reality show, como numa novela, porém, da vida real. A serialidade (ou seriação) e a repetição se fazem presentes. Mas não somente nos rituais que são parte do modus operandi dos Serial Killers, como também na seriação que é feita a partir de casa, ao se assistir, acompanhar, e se comover, num mix de emoções, e reagir frente aos noticiários. Estes, por sua vez, também “embalados” numa seriação que permite usar e abusar do fait divers para manter a atenção desse público, mesmo sem novidades. E, quando há, incitá-lo a combater o monstro do outro lado da tela. Um mito da violência, do grotesco, do surreal. Como a negação do mal transforma seres de carne e osso em verdadeiros monstros. Já se disse que os Serial Killers seriam os minotauros dos novos tempos. Pois, só assim, afastando-os de “nós” é que conseguimos odiá-los e, paradoxalmente, aceitá-los. Porém, toda essa “embalagem” só poderia ser possível, como dito acima, através dos média. De um novo jeito como eles chegam às nossas casas. Revestidos de espetáculo de gosto duvidoso e incisivos, com uma nova linguagem, mais próxima da do “povo”, que possui televisores e tem neles a única forma de lazer e diversão, a mídia penetram no imaginário popular criando monstros e novos “inimigos” que precisam ser eliminados. Como diz o famoso ditado jornalístico: “if it bleeds, it leads”.