Centro de Documentação da PJ
Monografia

CD323
ASSIS, Ana Cristina Malato Monteiro de Almeida
Caraterização de impressões digitais humanas por FT-MS [Recurso eletrónico] : aplicações forenses / Ana Cristina Malato Monteiro de Almeida Assis.- Lisboa : [s.n.], 2020.- 1 CD-ROM ; 12 cm
Tese elaborada para a obtenção do grau de Doutor em Química, especialidade de Química Analítica, apresentado à Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, tendo como orientadores Carlos Alberto Alves Cordeiro e Maria Helena Ferreira da Silva Florêncio. Projecto realizado no âmbito do protocolo LPC-PJ/FCUL. Ficheiro de 10,4 MB em formato PDF (257 p.).


QUÍMICA ANALÍTICA, DACTILOSCOPIA, ESPECTROMETRIA, ANÁLISE DE VESTÍGIOS, LPC, METODOLOGIAS, TESE

As impressões digitais individualizam um ser humano. São usadas no sistema judicial como evidência inequívoca da presença de um indivíduo num determinado local. Contudo, alguns dos vestígios encontrados no local do crime não permitem a análise efetiva das mesmas por motivos de distorção, por ausência de pontos suficientes que permitam a sua caracterização e comparação, ou pela não existência de amostra de referência para comparação. A identificação da composição química original da impressão digital tem sido efetuada por diversas técnicas, tendo o desenvolvimento tecnológico dos últimos anos potenciado o recurso cada vez mais notório à espectrometria de massa. Contudo, até agora a análise química e bioquímica das impressões digitais tem sido efetuada maioritariamente por métodos de espectrometria de massa convencionais de baixa resolução. Este estudo visa a utilização da espectrometria de massa de alta resolução com transformada de Fourier: ressonância ciclotrónica de ião com transformada de Fourier (FT-ICR) e Orbitrap (ambas com ionização por electrospray (ESI) e capacidade MSMS) para a caracterização química e bioquímica das impressões digitais latentes naturais apostas em superfícies não porosas, permitindo a análise de amostras muito complexas a um nível vestigial. A espectrometria de massa do FT-ICR permitiu determinar com detalhe a composição lipídica endógena e exógena de vestígios de impressões digitais, bem como a deteção, identificação e caracterização em vestígios dermopapilares do explosivo triperóxido de triacetona (TATP). Experiências preliminares por esta técnica evidenciaram a viabilidade da diferenciação de género. O estudo da composição endógena e exógena de vestígios de impressões digitais de 99 dadores, 46 do género feminino e 53 do género masculino, foi também efetuado por LC-MS usando um Orbitrap como analisador, com vista à implementação operacional desta metodologia analítica no Laboratório de Polícia Científica da Polícia Judiciária. Foi conseguida uma base para um futuro modelo de classificação dos vestígios por género e idade. A identificação de inúmeras substâncias exógenas, tais como medicamentos, drogas de abuso e cosméticos/produtos de higiene foi efetuada com sucesso. Esta implementação constitui uma inovação da resposta forense a nível nacional.