Centro de Documentação da PJ
Monografia

CD284
MATOS, Ana Rita Ferreira
Imagiologia química de infravermelho no estudo de impressões digitais e evidências forenses associadas [Documento electrónico] / Ana Rita Ferreira Matos.- Coimbra : [s.n.], 2013.- 1 CD-ROM ; 12 cm
Dissertação de Mestrado em Química, área de especialização em Química Forense, apresentada à Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, tendo como orientadores Rui Fausto Martins Ribeiro da Silva Lourenço, Maria Ermelinda da Silva Eusébio. Ficheiro de 4,79 MB em formato PDF (104 p.). Resumo inserto na publicação.


QUÍMICA FORENSE, DACTILOSCOPIA, ANÁLISE LABORATORIAL, LABORATÓRIO DE POLÍCIA, METODOLOGIAS, TESE, PORTUGAL

O trabalho apresentado nesta dissertação centra-se no estudo da utilização da imagiologia química de infravermelho na detecção de vestígios digitais em diversos materiais e na identificação de substâncias contaminantes nesses mesmos vestígios. No primeiro capítulo é feita a contextualização de impressões digitais no domínio das ciências forenses, incluindo referência ao trabalho que, presentemente, se faz em Portugal, no estudo de vestígios digitais e impressões digitais no Laboratório de Polícia Científica da Polícia Judiciária. No segundo capítulo é descrita a técnica de imagiologia química por infravermelho, utilizada neste estudo, e o seu potencial contributo em diversas áreas, em particular nas ciências forenses. São também apresentadas as potencialidades do software utilizado, OMNIC Picta e OMNIC Specta, na identificação de substâncias contaminantes em vestígios digitais. O terceiro capítulo começa com a apresentação dos resultados do processo de optimização de parâmetros de recolha de imagens e espectros, essencial no desenvolvimento de um método que usa a imagiologia química de infravermelho na investigação de vestígios digitais. Foram optimizados a resolução espectral, o número de scans, o tamanho do passo, o tamanho da imagem, parâmetros que afectam o tempo de recolha da imagem e a sua qualidade. Foram também optimizados parâmetros de formação da imagem, por forma a maximizar o contraste entre as cristas e os sulcos de uma impressão digital. A optimização destes parâmetros foi efectuada quer em modo de transmissão, quer em modo de reflexão obtendo-se, os seguintes valores: resolução espectral 32 cm-1, número de scans 4, tamanho do passo 25 ìm para uma imagem de tamanho 3 mm x 3 mm formada entre 2850-2980 cm-1 numa escala de cinzentos com 2ª derivada. Após optimizadas as condições de recolha de imagens e espectros, foi investigada a potencialidade da imagiologia química de infravermelho para revelação de vestígios latentes sem tratamento prévio da amostra em diversos materiais. Foram obtidos resultados promissores em superfícies como vidro, alumínio, aço inox, moedas e medalhas de ouro. Para identificação de contaminantes concluiu-se que uma janela de fluoreto de bário, com recolha de espectros em modo de transmissão, constituía a matriz adequada para recolha da impressão digital. Foi testada a detecção de 4 substâncias conhecidas, com grupos funcionais distintos, fenobarbital, mirtazepina, cafeína e ácido benzóico e uma desconhecida, paracetamol, como contaminantes das impressões digitais. Os resultados foram plenamente satisfatórios em todos os casos. Por fim, a mirtazepina e o fenobarbital, que têm um potencial interesse forense, foram utilizados num estudo de amostras cegas de impressões digitais de 27 voluntários aos quais foi solicitado que manipulassem, ou não, um ou os dois compostos. Não foram registados falsos positivos e apenas quando a mirtazepina foi manipulada em conjunto com o fenobarbital se registaram falsos negativos (para a mirtazepina – 4/11). Os resultados obtidos, confirmam a imagiologia química de infravermelho como uma técnica eficaz na detecção e identificação de contaminantes em vestígios digitais.