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PP1030
Analítico de Periódico



ABREU, Joana Covelo de
O Mercado Único Digital e o seu desígnio politico-constitucional : o impacto da Agenda Eletrónica Europeia nas soluções de interoperabilidade / Joana Covelo de Abreu
UNIO. EU Law Journal, v.3 n.1 (January 2017), p.130-150


DIREITO COMUNITÁRIO, TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO ELECTRÓNICA

O Mercado Único Digital é o novo objetivo político e, por essa razão, tem vindo a promover a criação de todo o tipo de soluções digitais para potenciar a evolução da União Europeia. Só isso poderá torná-la mais atrativa ao investimento por parte de agentes associados às tecnologias de informação. Assim, a União Europeia estabeleceu um conjunto de medidas de interoperabilidade para que tanto os Estados-Membros como as instituições europeias estivessem habilitados a dar o exemplo quanto à relevância das ferramentas digitais e a fm de as identifcar como um dos instrumentos indispensáveis à observância das fnalidades da União. Neste contexto específco, a União Europeia adotou o Programa ISA2 para implementar soluções de interoperabilidade para as administrações públicas, as empresas e os cidadãos e que visa acarretar maior transparência para aquelas relações estabelecidas entre as administrações públicas (administrações funcional e organicamente europeias) e os cidadãos e as empresas. A médio prazo, as soluções de interoperabilidade dotarão a União Europeia de uma e-Administração (administração eletrónica) cuja face visível será um fenómeno de e-Governo (governo digital). No entanto, para que a União Europeia não se depare com uma degeneração baseada no uso excessivo das tecnologias de informação e dos componentes eletrónicos, os princípios da proporcionalidade, igualdade e não discriminação têm de ser usados como “princípios de teste” de todas as medidas que o Mercado Único Digital objetiva implementar. Afnal, uma disseminação alargada das tecnologias de informação noutros domínios constitucionais – como é o caso da defnição de um sistema democrático e da prossecução dos interesses públicos primários pela classe política (decorrendo desta nova realidade um fenómeno de e-Política) – pode conduzir a um caminho incerto, tendente a comprometer o arranjo político-social tal como o conhecemos hoje.