Biblioteca DGRSP


EST944
Monografia
8211


Gomes,  Vânia Sofia Silva
Vinculação e comportamentos autolesivos : estudo numa amostra de reclusos preventivos e condenados / Vânia Sofia Silva Gomes ; ori. tese Mário Manuel Rodrigues Simões, Pedro Armelim Almiro.- Coimbra : [s.n.], 2016.- [6], 44 f. ; 30 cm em PDF. - (Estudos)
Dissertação de mestrado em Psicologia Clínica e da Saúde (Psicologia Forense), apresentada à Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra.
(Polic.) : oferta


PSICOLOGIA, PSICOLOGIA CLINÍCA, COMPORTAMENTO AUTO-DESTRUTIVO, PSICOLOGIA FORENSE, PSICOMETRIA, PRISÃO, TESE DE MESTRADO, PORTUGAL

Um estado emocional equilibrado encontra-se frequentemente associado ao processo de vinculação saudável durante a fase de desenvolvimento. Quando a vinculação é afetada, devido à exposição da criança a eventos traumáticos, tais como a história de separação ou de negligência de um cuidador primário, pode constituir um factor de risco para o desenvolvimento de psicopatologia em adulto, assim como para o consumo de substâncias, numa tentativa de substituição do prazer obtido por meio das relações de proximidade, características de um padrão de vinculação seguro. Por outro lado, a perceção de insegurança sentida pelo indivíduo nas suas relações interpessoais, ao longo do ciclo vital, pode conduzir a comportamentos autolesivos. Os estudos efetuados em Portugal na população prisional são escassos, sobretudo no que respeita ao suicídio. A literatura tem identificado que em meio prisional, os comportamentos autolesivos são mais recorrentes quando comparados com a população geral, pelo que se torna urgente avaliar a dimensão do problema, de modo a desenvolver estratégias de prevenção. Desta forma, partindo do estudo de Ferraz (2015), considerámos de grande relevância analisar qual o contributo do padrão de vinculação presente na idade adulta, na adoção deste tipo de comportamentos em reclusão. Pretendemos também perceber de que forma o consumo de substâncias psicoativas, a toma de medicação psiquiátrica, as tentativas prévias de autolesão e as variáveis criminais influenciam a manifestação de comportamentos autolesivos em contexto forense. Para o efeito, foram recolhidos dados no Estabelecimento Prisional de Coimbra e no Estabelecimento Prisional Regional de Aveiro, perfazendo um total de 154 sujeitos. O protocolo de avaliação incluiu um questionário sociodemográfico elaborado para o efeito; a Escala de Vinculação do Adulto (EVA; versão portuguesa, Canavarro, Dias, & Lima); a Escala de Comportamentos Autolesivos (ECAL; Ferraz & M.R. Simões, 2015) e a Escala de Desejabilidade Social de 20 itens (EDS-20; Almiro, M.R. Simões, & Sousa, 2014). Os resultados sugerem que os indivíduos com um padrão de vinculação inseguro-ansioso apresentam maior risco para a prática de comportamentos autolesivos. Do mesmo modo, a ingestão de medicação psiquiátrica, a toxicodependência e a história prévia de autolesão apresentam-se como fatores de risco para a ocorrência deste tipo de comportamentos.