Biblioteca DGRSP


EST1080
Monografia
8322


Carrolo, Mariana Correia
Arquitectura Prisional Portuguesa : forma, experiência e representação do espaço : o estabelecimento prisional de Monsanto / Mariana Correia Carrolo ; ori. tese Manuel Morais Villaverde Cabral, Raquel Henriques da Silva.- [S.l. : s.n.], 2019.- 392 p. ; il. ; 30 cm $e em pdf e CD Rom
Tese de Doutoramento em História da Arte Contemporânea apresentada á Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa
(Polic.) : oferta


ARQUITETURA, ARQUITECTURA PRISIONAL, PANÓPTICO, DESENHO, RECLUSO, PRISÃO, HISTÓRIA, PORTUGAL

O Estabelecimento Prisional de Monsanto (EPM) é uma prisão masculina, de máxima segurança, em Lisboa. O edifício onde se situa a prisão foi construído em 1879, de acordo com um projecto de cariz militar para o então designado Forte Marquês Sá da Bandeira, cujo objectivo era a defesa da cidade. As características formais do edifício e o regime disciplinar presentes no EPM suscitaram a sua associação à proposta panóptica de Jeremy Bentham (1748-1832). De acordo com o contexto histórico subjacente ao edifício e a singularidade do espaço prisional, esta tese propôs-se compreender o EPM como espaço de reclusão máxima e também como lugar de experiências prisionais específicas, enquanto objecto holístico. Na tese, recorremos à combinação de duas estratégias de estudo: - a primeira consistiu numa abordagem à escala do edifício, uma leitura do objecto orientada do exterior para o interior, recorrendo a fontes históricas, projectuais e documentais que visam compreender o edifício e as características dessa prisão no seu contexto histórico, social e arquitectónico próprio. - a segunda visou a escala do corpo para abordar a dimensão humana dos seus “ocupantes” [os reclusos] e considerar a participação do seu corpo e da sua experiência pessoal, no Estabelecimento Prisional de Monsanto, através de registos orais e desenhados – os exercícios de representação do espaço prisional sobre o percepcionado e o vivido –, elaborados no conjunto dos cursos de Artes Criativas entre 2007 e 2011. A partir da vocação artística e relacional dos desenhos sobre o espaço prisional, conceptualizaram-se as ressonâncias desse espaço e dessa experiência, latentes nos produtos fragmento, projectando os códigos artísticos dessas representações. Do cruzamento e da relação de simultaneidade entre os fragmentos significativos e as outras formas de arte contemporânea procuraram-se os vestígios, atentos à impressão do gesto e do movimento quotidiano dos corpos, encetados pelos reclusos do Estabelecimento Prisional de Monsanto. Como resultado, a colectânea de desenhos está por via da participação, tanto pela sua recepção, quanto pelo agenciamento com outras imagens artísticas, organizada segundo uma escrita visual – como uma constelação.