Biblioteca DGRSP


EST1065
Monografia
5022


Neves, Daniela Sofia Reis
Estudo da sugestionabilidade interrogativa em amostras da população forense, adolescente e adulta, não institucionalizada / Daniela Sofia Reis Neves ; ori. tese Maria Salomé Pinho.- [S.l. : s.n.], 2009.- [8], 56 p. ; 30 cm PDF. - (Estudos)
Dissertação de Mestrado Integrado em Psicologia, área de especialização em Psicologia Clínica e Saúde, subárea de especialização em Psicologia Forense, da Universidade de Coimbra, Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação.
(Polic.) : oferta


PSICOLOGIA, MEMÓRIA, PERSONALIDADE, DELINQUÊNCIA JUVENIL, INSTITUCIONALIZAÇÃO, REINSERÇÃO SOCIAL, ESTATISTICAS, TESE DE MESTRADO, PORTUGAL

Este estudo procurou analisar a expressão da sugestionabilidade interrogativa, avaliada pela versão 1 da Escala de Sugestionabilidade de Gudjonsson (GSS1), em duas amostras da população delinquente portuguesa. Para tal, procedeu-se à comparação dos desempenhos de um grupo de 20 delinquentes adultos e um outro de 20 adolescentes, não institucionalizados, em acompanhamento pela Direcção-Geral de Reinserção Social, em Coimbra. Os seus desempenhos foram também confrontados com os resultados normativos do manual da GSS (Gudjonsson, 1997), para a população forense. Pretendeu-se, ainda, averiguar a forma como determinadas variáveis, como o grau de auto-monitorização, a memória a longo prazo, a memória de trabalho, a desiderabilidade social, traços de personalidade e o auto-conceito, poderiam estar relacionadas com a sugestionabilidade. Adicionalmente à GSS1, administraram-se os seguintes instrumentos: Inventário de Auto-Monitorização de Snyder, Tarefa de Daneman e Carpenter, Questionário de Personalidade de Eysenck (versão adultos e júnior), Inventário Clínico de Auto-Conceito e Escala de AutoConceito de Piers-Harris para Crianças – 2. Os resultados obtidos revelam que os grupos de adultos e de jovens menores de idade não se diferenciam, significativamente, em qualquer uma das medidas de sugestionabilidade interrogativa. Os seus resultados não se distinguem, também, com significância estatística, dos grupos normativos de suspeitos detidos, temporariamente, para interrogatório e de casos encaminhados para avaliação, pelo tribunal, em nenhuma das medidas da GSS1, exceptuando Mudança, revelando a amostra portuguesa uma maior resistência à pressão interrogativa. Tal resultado aponta no sentido de que a sugestionabilidade interrogativa se poderá manifestar de forma ligeiramente diferente, em diversas culturas. Foram, ainda, observadas correlações, moderadas e fortes, de medidas de sugestionabilidade com a memória a longo prazo, memória de trabalho, desiderabilidade social, automonitorização, auto-conceito e neuroticismo, embora diferenciadamente distribuídas por ambos os grupos. Este resultado sugere que a avaliação da confissão ou do depoimento de um jovem e de um adulto deverá ser feita de forma distinta, considerando-se a análise das variáveis adequadas à situação.