Biblioteca DGRSP


EST1034
Monografia
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Duarte, Marcelo de Castro
Delinquência juvenil : jovens e gangues em Lisboa / Marcelo de Castro Duarte ; ori. tese Nuno Caetano Lopes de Barros Poiares.- [S.l. : s.n.], 2018.- 144 f. ; 30 cm PDF
Dissertação de mestrado em Ciências Policiais Área de especialização em Criminologia e Investigação Criminal
(Polic.) : oferta


DIREITO DOS MENORES, DELINQUÊNCIA JUVENIL, CRIMINOLOGIA, GANG, ANOMIA SOCIAL, REPRESENTAÇÃO SOCIAL, TESE DE MESTRADO, PORTUGAL

A presente investigação surge como requisito parcial para a obtenção de grau de mestre em Ciências Policiais pelo Instituto Superior de Ciências Policiais e Segurança Interna (ISCPSI), onde apresenta os resultados de um estudo que procurou saber quais as razões que levam um jovem a ingressar num gangue. Os dados obtidos sugerem-nos que o factor familiar e o de grupo de pares são os de maior risco para que ocorra este fenómeno. Através de uma investigação teórica e dos inquéritos por entrevista que aplicámos aos profissionais da PSP, às profissionais e jovens da Casa do Gaiato de Lisboa e aos jovens reclusos do Estabelecimento Prisional de Lisboa, conseguimos constatar que o factor familiar é o que tem mais incidência para que um jovem ingresse num gangue na zona de Lisboa devido a diversos factores como, por exemplo, a falta de educação e pouca supervisão por parte dos pais. Posteriormente, surge o factor de grupo de pares como o segundo maior factor de risco, onde os informantes afirmam que a influência por parte dos membros é essencial. Também constatámos que a área de habitação do jovem tem influência para que este entre no domínio da delinquência juvenil e no ingresso em gangues devido a conviverem com jovens na mesma situação que a sua e a serem influenciados pelo grupo de pares. Da mesma forma, verificámos que a pobreza pode ser considerada uma razão para ingresso num gangue, visto que estes jovens têm a necessidade de “ter” e, como não têm posses financeiras, optam pela prática de actos ilícitos para obterem dinheiro. É preciso não esquecer que os pais destes jovens têm empregos mal renumerados, sendo que o salário é maioritariamente para pagar as contas. Conseguimos constatar que a maioria dos jovens não se sentem desintegrados da sociedade ou estigmatizados, embora houvesse respostas, da parte dos reclusos do Estabelecimento Prisional de Lisboa, em que não sabiam se iriam sentir-se dessa forma após a sua saída do estabelecimento. Este trabalho ajudou para a compreensão do fenómeno e de como são necessárias medidas para combatê-lo, onde destacamos a necessidade de uma maior implementação de medidas de prevenção e intervenção junto dos jovens e dos pais dos mesmos.